quarta-feira, 30 de julho de 2014

Como seria uma vida sem pensamentos?

Sem alegria é claro... mas sem tristeza também. E hoje eu trocaria toda a tristeza que se instalou no meu coração e tomou conta de tudo em mim por toda a alegria que senti em todos os meus anos de vida. Eu trocaria de bom grado.

Queria ser um ser não pensante, não sentinte, queria ser matéria amorfa a transitar por este mundo sem sentido.

Qual é a maior dor? Sempre acho que é a atual. E isso agora me faz mal, muito mal. Minha dor atual não tem prazo pra acabar. Minha dor atual é atual a cada minuto que passa. Meu filho pode nunca voltar... ou pode voltar. E se voltar como vou olhar pra ele e não lembrar do tempo em que alguém muito mau tirou-o de mim... e que isso pode acontecer novamente e novamente... ser privada do meu filhinho.

Suspiro profundamente. Larissa, depois de me alimentar com um prato cheinho de sopa, traz um chazinho. Uma pílula vem junto. Tomo ou não tomo? Decido que não. Tenho decidido que não desde a primeira que me foi dada... mas é uma decisão com um tempo tão curtinho... logo decido o contrário.... é o único jeito de ficar quieta na cama.

Uma dose diária de opiáceo e eu me acalmo. Entro numa zona confortável... até que chegam os pesadelos e eles chegam com todo o peso do mundo.

Será que ainda posso ter esperança?